Investigação

Grupo que explodiu bancos no Rio planejava roubos na Costa Verde

Bando chegou a morar em Angra para detalhar o crime

Criminosos explodiram pelo menos 7 agências bancárias em todo o estado em quatro meses
Criminosos explodiram pelo menos 7 agências bancárias em todo o estado em quatro meses |  Foto: Marcelo Eugênio
  

O grupo de criminosos responsável por explodir agências bancárias em Niterói, São Gonçalo, São João de Meriti, Vila Isabel e Taquara planejava atuar na região da Costa Verde, que inclui Angra dos Reis, Paraty e Itaguaí, segundo a Polícia Civil. Um dos homens acusado de envolvimento foi detido por policiais na última terça-feira (1º). 

Atualmente, o bando estaria morando temporariamente na comunidade da Lambicada, em Angra dos Reis, para cometer o crime, mas lá eles trocaram tiros com criminosos de uma facção que invadiu a localidade. Ferido, um dos suspeitos, Wallace Melo dos Santos, conhecido como Louco, voltou ao Rio procurando auxílio médico e acabou preso. Ele é morador do Morro dos Prazeres e um dos investigados por explodir caixas eletrônicos pelo estado.

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A prisão do acusado contou com a Polícia Civil, Federal e Militar. Wallace também é acusado de roubar empresas de transporte de valores e caixas eletrônicos. Ele foi detido depois que investigações da Delegacia de Roubos e Furtos e da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio, da Polícia Federal, em conjunto com informações da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, o identificaram e o localizaram enquanto ele buscava apoio médico. 

Contra ele, foi um cumprido um mandado de prisão preventiva por roubo Majorado expedido pela 2ª Vara Criminal de Bangu. 

Casos aconteceram em diversos municípios do Rio
Casos aconteceram em diversos municípios do Rio |  Foto: Marcelo Eugênio
  

Segundo a polícia, Wallace foi um dos cinco homens que, no dia 28 de junho, intimidou funcionários de uma empresa de transporte de valores com o uso de fuzis e pistolas. Ele e os companheiros estavam com roupas da Polícia Civil quando renderam os vigilantes da empresa que escoltavam funcionários. Ao todo, foram roubados mais de R$ 380 mil e armas.  

Mais quatro homens acusados do roubo a caixa eletrônicos e aos bancos foram detidos em outras ocasiões. 

Vale lembrar que, durante o ataque aos bancos, especialistas explodiam as agências enquanto outros criminosos tentavam usar miguelitos para impedir a chegada da polícia até eles. As ruas próximas também são bloqueadas. Policiais já trocaram tiros com os acusados diversas vezes buscando evitar o roubo. 

Investigação

O delegado Luiz Henrique Marques, da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), explicou um pouco de como foi a investigação do caso. 

“Esse trabalho iniciou com a identificação de um integrante da organização criminosa que tinha como finalidade causar um defeito em alguns caixas eletrônicos. Então, ele tinha a experiência por já trabalhar em empresa de transporte de valores fazendo a manutenção de caixas eletrônicos. A especialidade dele era causar um efeito no defeito do caixa eletrônico sabendo que esse defeito ocasionaria uma solicitação de manutenção. Eles aguardavam essa manutenção e, no momento em que o caixa eletrônico, fica vulnerável, precisa ser aberto. Era o momento, então, no qual o caixa eletrônico era atacado”, afirmou.

O delegado ainda detalhou sobre o modo de agir do grupo criminoso. “No decorrer da investigação, conseguimos identificar todos os participantes dessa modalidade de crime e, aprofundando mais a investigação, conseguimos comprovar que pelo menos dois desses suspeitos também agiam nas explosões de banco. O último que foi preso, conhecido como Wallace, foi detido após ser machucado numa tentativa de fuga em Angra, investigações apontam que eles iam explodir uma agência bancária em Angra e estava escondido numa comunidade dominada pelo Comando Vermelho, mas esta foi invadida por outra facção criminosa que conseguiu tomar o armamento desses explosivistas e, pelo que consta, eles fugiram e o Wallace machucado procurou auxílio em um hospital no qual foi preso”, afirmou. 

Wallace procurou abrigo no Hospital Federal do Andaraí, na Zona Norte do Rio, quando foi preso.

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